quinta-feira, 19 de agosto de 2010

23 anos sem Drummond




Drummond.
E agora, Drummond?
O sonho acabou.
O rio secou.
A rosa murchou.
O fogo apagou.
E agora?
E agora, Drummond?
Você que é a vida.
Você que é a morte.
Você que é o leite
que derrama do pote.
Você de Itabira.
Você da Fazenda.
Você da Infância.
De Minas Gerais.
E agora, Drummond?
No meio do caminho
a pedra ainda está.
Na tua mão de menino
o presente ainda está.
No galope do cavalo
teu pai ainda está.
No teu coração
o amor ainda está.
Drummond.
E agora?
Você já foi, Drummond.
Drummond, para onde?


Poesia escrita em agosto/1987 e publicada no livro "Subversivas Palavras", Editora Paka-Tatu, 2007




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