quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O caso das "pedagogas desequilibradas"

A anulação da prova para técnico em educação, ocorrida no último domingo, que faz parte do concurso público para a SEDUC, expôs um problema que necessita urgente solução por parte da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento da Pesquisa – FADESP. Não estou falando da questão operacional envolvendo o aquecimento do papel, a excessiva pressão ocorrida durante o transporte ou a duvidosa qualidade dos envelopes, “lacrados com fecho ball-zip e lacre plick numerado em alto relevo”, segundo informa o sítio da FADESP.

Remeto-me a algo mais sensível, de mais complexa solução: relações humanas. Seria prudente que a citada Fundação observasse melhor a forma como se relaciona com seu público externo. Em especial, seus coordenadores e sua assessoria de comunicação.

Em matéria publicada em O Liberal no dia seguinte à realização da prova, a Coordenadora do Setor de Concursos, Sra. Leila Figueiredo, afirmou desrespeitosamente, que “três candidatas totalmente desequilibradas com a situação acabaram tumultuando todo o concurso”. Seguindo a mesma linha de culpar algumas candidatas, a Assessoria de Comunicação da FADESP divulgou em seu sítio a informação de que “um grupo de candidatos negou-se a fazer a prova e tumultuou o ambiente”. E teriam feito todo esse escarcéu “antes de pedir esclarecimentos à coordenação do concurso”.

Assim, o inocente leitor e os demais colegas de profissão, que momentaneamente estão na condição de adversários, disputando vagas no serviço público, chegarão a uma fácil e simplória conclusão: um grupo de pedagogas desequilibradas, sem qualquer motivo relevante, foi o responsável pela anulação da prova, que provocou frustração, danos morais e materiais, decepção e revolta em milhares de estudantes e trabalhadores que se dedicaram para fazer a prova. Disso podemos extrair uma primeira lição: nunca se contente com explicações fáceis e simplórias.

Esqueceram de comunicar para a Assessoria de Comunicação que após as provas terem caído no chão, quando o envelope – cuidadosamente lacrado com fecho ball-zip e lacre plick – foi virado de ponta-cabeça, nenhum dos membros da coordenação do concurso no NPI que passou pela sala onde houve o problema apresentou qualquer solução aceitável e definitiva, durante mais de trinta minutos. Talvez, Sra. Leila, se tivesse havido equilíbrio por parte da coordenação para buscar a imediata solução do caso, os “outros candidatos, nervosos”, não tivessem aderido à manifestação. Talvez, se a coordenação tivesse tratado o assunto com a devida importância que requeria, o problema pudesse ser contornado. E não teríamos presenciado cenas de cárcere privado, arrogância, despreparo para se relacionar com o público e truculência. Sem falar no desrespeito com que foram tratadas, nos meios de comunicação, as pedagogas e demais profissionais da educação que estavam no NPI e não tiveram os devidos e imediatos esclarecimentos sobre suas naturais suspeitas, ao verem as provas do concurso saírem de dentro de um envelope que deveria estar lacrado.

Talvez, se a coordenação tivesse agido com a rapidez, o equilíbrio e a seriedade esperados, evitando que o problema se alastrasse, o que provocou um tumulto generalizado, onde o barulho imperava, os telefones celulares funcionavam e alguns candidatos discutiam coletivamente a prova, não houvesse a necessidade de sua anulação. Talvez, se a FADESP fizer uma humilde autocrítica e pedir as desculpas devidas, tais fatos não mais se repitam.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Campanha pela reintegração de Orlando Chirino

O dirigente sindical petroleiro Orlando Chirino foi demitido pela estatal venezuelana PDVSA em fins de dezembro/2007. Uma campanha internacional foi lançada para pressionar a direção da empresa a readmiti-lo. Abaixo a proposta de texto a ser enviado:

Pela reintegração imediata de Orlando Chirino

Ao Ing. Rafael Ramírez
Ministro de Energía e Petróleo e Presidente de Petróleos da Venezuela, e demais membros da diretoria da PDVSA


Nós abaixo assinados viemos solicitar a reintegração imediata aos quadros da PDVSA do dirigente Orlando Chirino, coordenador nacional da União Nacional de Trabalhadores (UNT), quem cumpriu um importante papel contra o golpe de estado de abril de 2002 e na defesa da indústria petroleira nos dias da paralisação/sabotagem contra a PDVSA no mesmo ano.


Chirino foi demitido injustificadamente da PDVSA, estando juridicamente protegido pelo estabelecido na Lei Orgânica do Trabalho como dirigente sindical, integrante da Diretoria de Sinutrapetrol, como Secretário de Segurança e Higiene do Sindicato, e por outra parte, é coordenador nacional da UNT.

Por estas considerações, assim como fazendo honra da sua trajetória transparente e a serviço dos interesses da classe trabalhadora da Venezuela durante mais de 3 décadas como dirigente sindical, trajetória reconhecida por milhares de trabalhadores independente de suas posições políticas e ideológicas, é que fazemos o presente pedido.

Atenciosamente:


A campanha está sendo centralizada pela CONLUTAS e pela corrente do ex-deputado Babá. As cartas de solidariedade devem ser enviadas para esses contatos:

assessoria@conlutas.org.br
babapsol@cstpsol.com

Livro de Poesias

Em dezembro/2007 houve o lançamento do livro "SUBVERSIVAS PALAVRAS" com poesias de minha autoria. Editado pela Paka-Tatu (http://www.paka-tatu.com.br/) pode ser adquirido na livraria da editora ou diretamente comigo (msmatos1967@gmail.com). Abaixo, um dos poemas:

O Poeta

Não quero fazer poemas
para os “pançudos burgueses que correm na praça”.
Nem para os etílicos intelectuais
que debruçam suas mentes nas mesas de bares e cafés.

Quero fazer poemas para a ação.
Poemas panfletários.
Desses que são distribuídos na porta das fábricas.
Desses que são criticados pelos eruditos.

Versos que embalam bandeiras.
Ventos que tempestaneiam a monotonia.

Quero ouvir minha poesia saindo das bocas
dos operários, das camponesas,
das prostitutas, dos meninos de rua.

Quero meus versos declamados por artistas vermelhos.
Mensageiros do Povo.

Aí sim, me sentirei poeta.

Belém, 2002