Após dezenove dias encarcerados, 14 dos 18 presos políticos paraenses, integrantes da Via Campesina, Movimento dos Atingidos por Barragens, Sindicatos de Pescadores e de Trabalhadores Rurais, conquistaram alvarás de soltura e se encontram em liberdade provisória.
Na tarde da última sexta-feira, 15/maio, logo após serem soltos, foi organizada uma manifestação na sede da CNBB em Belém. Neide Solimões, da direção nacional do PSOL, esteve presente, junto com outros filiados, expondo a solidariedade e o compromisso do partido com as causas populares.
Todos os libertados estavam visivelmente abatidos, após terem sua dignidade roubada pelo Estado por mais de duas semanas. Entretanto, também era explícita a vontade de seguir lutando, seja para garantir a libertação dos demais companheiros presos, seja para voltar à Tucuruí e se unirem novamente aos amigos, familiares e companheiros, para continuar gritando por seus direitos.
Rogério Höhn, coordenador do MAB no Pará lamentou que muitos daqueles que construíram sua história defendendo os movimentos sociais tenham cumprido um papel vergonhoso neste episódio. Disse que foi uma lição, para se conhecer quem realmente está ao lado dos trabalhadores.
E foi enfático ao afirmar que a luta para a libertação dos quatro detidos irá continuar e se ampliar. No domingo, 17, haverá panfletagem na Praça da República, tradicional ponto de encontro da esquerda nos finais de semana. E durante os próximos dias serão articuladas novas ações, entre elas um acampamento no centro de Belém, para pressionar Governo e Justiça a atenderem as demandas dos atingidos por barragens.
Dentre as condições para a libertação, estão a obrigatoriedade em comparecer perante a Justiça a cada trinta dias e a proibição em se ausentar da residência por mais de oito dias sem prévia comunicação ao Juiz. Todos estão intimados a comparecer ao Fórum Criminal de Tucuruí no final do mês de junho, pois os procedimentos da Ação Penal irão continuar.
Ou seja, a conquista da liberdade ainda não encerrou a luta contra a perseguição e a criminalização dos movimentos sociais, que encontrou no governo petista de Ana Júlia um novo aliado.
Novas ações serão necessárias. Novas demonstrações de solidariedade serão requisitadas. Não daremos nenhum passo atrás enquanto nossos camaradas permanecerem privados de sua liberdade. E deixaremos para a história a tarefa de jogar na lata de lixo, despidos de suas máscaras, todos aqueles que optaram em mudar de lado e trair as lutas da classe trabalhadora.
Belém, 16 de maio de 2009
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