Cerca de 800 pessoas estiveram presentes na passeata que marcou, nesse 14/agosto, o Dia Nacional de Lutas, em Belém. A faixa que abria a manifestação, assinada por Conlutas, Intersindical, CTB, CUT, Força Sindical, NCST, UGT e MST, dava o tom da exigência central: “pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário”.
Saímos da Praça do Operário, um dos principais pontos de concentração de manifestações da cidade, e seguimos pela Av. Magalhães Barata, na contramão. O caótico trânsito da capital paraense ganhou mais um ingrediente: as ruas ocupadas pelos trabalhadores em luta.
Pouco antes do início do ato, um grupo de manifestantes marcou presença em frente à COSANPA, estatal responsável pelo abastecimento de água do estado, para protestar contra a tentativa de privatização da distribuição de água pela Prefeitura.
O horário de saída foi prorrogado. Aguardávamos pela chegada da coluna do MST, cujos militantes estão em Belém desde o dia 10, ocupando a sede do INCRA, como parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Na terça-feira, por volta das 6h, o prédio da Receita Federal foi ocupado, sendo liberado somente às 17h. Na quinta-feira a manifestação ocorreu em frente ao Centro Integrado de Governo (CIG), mesmo local onde, momentos antes, a Associação dos Concursados cobrava do governo petista de Ana Júlia a nomeação dos aprovados em concursos públicos. No ato do dia 14 também estiveram presentes com uma faixa exigindo “Nomeação Já!”.
Como não poderia faltar, o bigode do presidente do Senado também esteve presente, em faixas, adesivos e embalagens de pizza. “Fora Sarney” era uma das palavras de ordem mais cantadas.
No meio do percurso nos encontramos com o arrastão do sindicato dos trabalhadores da construção civil, que em campanha salarial, paralisava os canteiros de obras. Após uma calorosa saudação, seguiram para realizar sua assembléia geral.
Mais adiante, um impasse. Como fechávamos a rua na contramão e já estávamos em horário de pico, coincidindo com a hora do almoço e a saída das escolas, tudo parou. Cruzamentos fechados, carros buzinando, bandeiras vermelhas, caos. E uma das principais avenidas de Belém, que liga o centro à saída da cidade sucumbiu a um enorme engarrafamento.
Optamos por desviar caminho e continuar até o local de dispersão. Apesar do pequeno número de participantes, pudemos contabilizar uma grande e importante vitória: a unificação das diversas centrais sindicais em torno de um eixo reivindicatório comum.
E esse fato esteve presente nas falas de encerramento dos diversos companheiros, no alto do carro-som. Ficou claro que é possível unificar, que é possível derrotar a política econômica do governo Lula. E essa será nossa luta.
Belém, 14 de agosto de 2009
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