terça-feira, 14 de setembro de 2010

Hidrelétricas no Tapajós: preparando a resistência.

Sob o título "Energia, a riqueza que emerge do Tapajós", o jornal Diário do Pará, publicou uma reportagem sobre o potencial hídrico do Rio Tapajós a ser explorado pelos projetos de construção de várias usinas hidrelétricas.

A reportagem foi reproduzida pelo sítio Amazonia.org.br, 10-09-2010 e pelas "Notícias do Dia" do IHU, 11-09-2010, com um amplo adendo "Para ler mais".

Edilberto Sena, padre, membro da Frente em Defesa da Amazônia, de Santarém, em nome da articulação Tapajós Vivo, contesta a reportagem.

"Só quem não conhece a cidade pode afirmar isso, ou sendo plantador de afirmações ufanistas com segundas intenções, o mais provável. Itaituba hoje vive o refluxo do ciclo dos garimpos: 100.000 habitantes, imensa periferia desordenada, maioria ex garimpeiros, um comércio dependente de Santarém e do sul do país, importando hortaliças, frutas e outros produtos de fora. Exploração de ouro continua, mas agora como admite o artigo, com grandes empresas forasteiras explorando ouro com tecnologia moderna e levando para fora os lucros. O que sustenta hoje a economia da cidade é a exploração desordenada de madeira (até o atual prefeito é grande madeireiro), uma criação de gado incipiente, herança de alguns donos de garimpos que empregaram seus lucros em fazendas e uma fábrica de cimento, que explora matéria prima local e vende cimento muito mais caro do que 15 anos atrás, quando cimento era importado. Quanto a maior produtor de energia elétrica será também o maior desastre econômico, social e ambiental da Amazônia. Para se ter uma idéia, caso as cinco usinas forem construídas serão 1.950 kms quadrados de inundações numa só bacia hidrográfica, o Tapajós; serão milhares de hectares de florestas de unidades de conservação destruídas, inclusive no Parque Nacional da Amazônia e no Parque Nacional do Jamanxin."

"Mas já existe aqui na região um crescente número de organizações populares que não aceitarão passivas as investidas dos que querem destruir os rios, as populações e as Unidades de Conservação para construir usinas poluentes e destruidoras da vida na região. Já existe uma Aliança Tapajós Vivo, que articula resistência firme, junto com os índios Munduruku contra os engodos da Eletronorte. O desastre atual no rio Madeira é um alerta para nós do Tapajós, por isso, estamos preparando a resistência."

Ler mais em: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=36234

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