O MST vem a público declarar:
1- O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reocupou na manhã de hoje (15/09) com mais de 150 famílias novamente a Fazenda Cambará, para exigir o imediato assentamento das famílias do acampamento Quintino Lira.
2- O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, bem como o Programa Terra Legal e Instituto de Terras do Pará - ITERPA, assumiram o compromisso de oficialmente declarar que as terras são públicas em reunião com os trabalhadores nesta segunda-feira 13/09 no INCRA, compromissos afirmados inclusive de âmbito nacional em reunião com Ouvidor Agrário Nacional (Gercino José da Silva Filho).
3- Permanece o clima de terror e ameaças aos trabalhadores, bem como a omissão da própria polícia de Santa Luzia e até o momento não há nenhum autoridade pública no município.
4- Exigimos a prisão imediata dos pistoleiros que assassinaram o trabalhador José Valmeristo Soares, bem como dos mandantes Josué Bengstson e seu Filho Marcos Bengstson.
Direção Estadual do MST Pará
Belém, 15 de setembro de 2010
Histórico: A Fazenda Cambará faz parte de uma gleba federal chamada Pau de remo e possui 6.886 há de terras públicas. O fazendeiro e ex-deputado Federal Josué Bengstson possui somente 1.800 há com títulos e a Promotora de Justiça Ana Maria Magalhães já denunciou várias vezes que se trata de terras públicas. Os trabalhadores já haviam denunciado na ouvidoria agrária do INCRA, Ouvidoria Agrária Nacional do MDA, Delegacia Regional do MDA, Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará e Secretaria de Segurança Pública do Pará as várias ameaças de morte sofridas pelos jagunço e pela própria polícia de Santa Luzia e Capitão Poço sem que nenhuma providência tenha sido tomada.
Por volta de 09:00h do dia 03/09 da manhã dois trabalhadores rurais João Batista Galdino de Souza e José Valmeristo o Caribé se dirigiam a cidade de Santa Luzia do Pará quando foram abordados por um grupo de três pistoleiro armados no ramal do Pitoró que os obrigaram a entrar em um carro onde foram espancados e torturados. Após seção de torturas foram obrigados a descer no Ramal do Cacual próximo à cidade de Bragança com a promessa de que iriam acertar as contas. João Batista Galdino conseguiu escapar e denunciou publicamente o corrido.
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