segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Irene navega, rumo a Gaza.


[Tradução do Diário Liberdade] Uma nova flota com ajuda para Gaza partiu ontem desde o Chipre. O barco está tripulado por ativistas judeus que pretendem deixar em evidência que nem todos os judeus apoiam o embargo contra a Faixa de Gaza. Temem ser interceptados antes de chegar à terra palestina. Há quatro meses militares israelenses atacaram uma flotilha em águas internacionais e mataram nove de seus passageiros.
O veleiro Irene, que significa "paz" em grego, saiu ontem desde o porto Famagusta, na zona turca do Chipre. Leva duas bandeiras, uma britânica e outra turca. Mas também faz tremer bandeiras multicoloridas com os nomes dos judeus que apoiam esta viagem. Segundo seus organizadores, o barco vai carregado com ajuda humanitária "simbólica" e constitui um ato de protesto. Levam brinquedos para crianças, instrumentos musicais, livros de texto, redes de pesca e próteses para os hospitais de Gaza.
A intenção de quem viaja a bordo do barco é chamar a atenção sobre a situação na qual vive mais de um milhão e meio de palestinos depois que Israel dispôs já a mais de três anos um bloqueio à Faixa de Gaza. A tripulação está composta por ativistas judeus dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Israel. Também somaram-se aos militantes um jornalista do Canal 10 da televisão israelense e o sobrevivente do Holocausto Reuven Moskovitz, de 82 anos.

"Se nós judeus queremos sobreviver, não pode ser mediante a violência. Eu amo meu país, mas não podemos fazer com nosso inimigo o que não queremos que façam contra nós", disse o homem que conseguiu sobreviver nos campos de concentração nazistas. "O Estado de Israel é um sonho magnífico feito realidade, há que fazer de tal maneira que não se converta em pesadelo. Sou sionista, creio ter meu lugar nesta terra, mas não é um motivo para roubar as terras dos palestinos e violar os direitos de 1,5 milhões de pessoas", sentenciou Moskovitz. "O que sucede em Gaza me lembra a vida no gueto. Convertemos em inimigos e fechamos toda a população da Faixa, não somente as pessoas da organização Hamas", disse o pacifista judeu ao diário El País da Espanha. Segundo Moskovitz, a ideia do barco Irene é chegar a Gaza e caso seja interceptado, resistir sem apelar à violência.

A instituição organizadora, Judeus pela Justiça para os Palestinos, estima que a viagem pode durar cerca de dois dias, ainda que tema que o exército israelense os intercepte antes de tocar a terra palestina. Em maio passado comandos israelenses atacaram o cruzeiro Mavi Marmara em águas internacionais e mataram nove ativistas pró-palestinos. Esse ataque custou ao governo de Benjamín Netanyahu uma catarata de críticas. "Esta é uma ação não violenta. Queremos chegar a Gaza e nossos ativistas não se envolverão em nenhuma confrontação física", deixou claro Richard Kuper, um dos organizadores.

Fonte: http://diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=7063:partiu-uma-nova-flotilha-humanitaria-para-gaza&catid=241:direitos-nacionais-e-imperialismo&Itemid=156

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