[Glenn Greenwald, tradução do Diário Liberdade] Bradley Manning, 22 anos, o soldado do Exército dos Estados Unidos acusado de vazar documentos sigilosos para o site WikiLeaks, nunca foi condenado por esse nem por qualquer outro crime. Apesar disso, está trancado há cinco meses numa cela da Marinha americana em Quântico, Virgínia – e, antes disso, outros dois meses em prisão militar no Kuwait - sob condições crueis e desumanas e, pelos padrões de muitas nações, de tortura. Entrevistas com várias pessoas familiarizadas com as condições da prisão de Manning, incluindo um funcionário de Quântico (o tenente Brian Villiard), confirmam o que vem sendo veiculado: essas condições podem criar lesões psicológicas de longo prazo.
Desde sua prisão, em maio, Manning é detento exemplar, sem episódios de violência ou problemas disciplinares; no entanto, foi declarado desde o início “prisioneiro de segurança máxima”, o nível mais alto e mais repressivo da detenção militar, base para as medidas desumanas que lhe são impostas.
Desde o início Manning é mantido em isolamento intensivo. Em 23 das 24 horas do dia - por sete meses seguidos e contando - ele fica completamente sozinho na cela. Mesmo em sua cela, suas atividades são muito restritas: ele é proibido de se exercitar e está sob vigilância constante. Por razões que parecem simplesmente punitivas, direitos básicos em prisões civilizadas lhe são negados, como travesseiro ou lençóis (ele não é e nunca foi de tendência suicida). Na única hora diária em que é retirado deste isolamento, é proibido de ver notícias ou programas ao vivo. O tenente Villiard desmentiu que as condições se assemelhem às de “filmes de prisão, em que o preso é jogado num buraco", mas confirmou que ele está em confinamento solitário, exceto pela hora diária em que sai da cela.
Em suma, Manning vem sendo submetido por muitos meses, sem interrupção, a condições desumanas de eliminação da personalidade, de destruição da alma, de indução à insanidade, em condições de isolamento similares às que foram aperfeiçoadas na penitenciária Supermax em Florence, Colorado – e tudo isso sem nem sequer ter sido condenado. E, como no caso de muitos prisioneiros submetidos a tratamentos desvirtuados como esse, o pessoal médico da Marinha agora lhe administra doses regulares de antidepressivos para evitar que seu cérebro se despedace pelos efeitos do isolamento.
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