Mineiros de Marikana conseguem aumento salarial e terminam greve
O acordo entre os grevistas e a empresa Lonmin prevê um aumento salarial de 22%, cerca de metade do exigido inicialmente. A luta destes mineiros despoletou o início de protestos semelhantes noutras empresas. Artigo de Marina Mattar, da Opera Mundi.
Os trabalhadores em greve na cidade sul-africana de Marikana entraram em acordo nesta terça-feira com a companhia mineira Lomnin, colocando fim a mais de cinco semanas de protestos que levaram à morte de pelo menos 45 pessoas.
A AMCU (Associação de Sindicatos de Mineiros e Operários da Construção na sigla em inglês), que representou os mineiros nas negociações, aceitou a oferta de aumento salarial de 22%, apesar de ser abaixo das suas expectativas iniciais. A Lomnin argumentou que teria de demitir centenas de funcionários se acatasse os pedidos dos grevistas.
Com a mudança, os trabalhadores passarão a receber 606 euros a mais por mês, quase que a metade do valor negociado inicialmente que chegava a 1165 euros de acréscimo por mês, segundo o jornal britânico Guardian.
A notícia foi recebida com comemoração por centenas de mineiros reunidos num campo de futebol próximo à mina, informou a agência Reuters. “O aumento de 22% é muito alto”, disse o bispo Jo Seoka que presidiu às conversações entre os mineiros e a empresa.
O reajuste salarial põe fim à greve dos operários, que devem voltar ao trabalho esta quinta-feira, aliviando a pressão sobre a Lomnin, cuja produção caiu nas últimas semanas. O acordo vem apenas um dia depois da empresa anunciar que, por conta dos prejuízos, não inauguraria um novo eixo e deixaria de contratar 1.200 pessoas.
Novos protestos
A luta laboral dos mineiros da Lomnin ficou conhecida mundialmente depois que a polícia sul-africana abriu fogo contra milhares de trabalhadores no dia 16 de agosto deste ano. Pelo menos 45 operários morreram e dezenas ficaram feridos em consequência da repressão. O ataque foi considerado o episódio mais violento no país desde o fim do regime de segregação racial, em 1994.
Os protestos dos operários de Marikana deram visibilidade à luta dos mineiros sul-africanos por melhores condições laborais. Esta quarta-feira, um grupo de grevistas também exigiu aumento salarial da mineradora Anglo Platinum em Joanesburgo.
No dia 3 de setembro, trabalhadores protestaram em frente à mina de Springs, controlada pela empresa Gold One, e foram reprimidos pela polícia sul-africana. Em junho deste ano, depois de uma série de manifestações, a Gold One conseguiu uma interdição judicial proibindo qualquer tipo de protesto nas suas minas. Como consequência disso, dezenas de trabalhadores foram demitidos, mas muitos continuam a manifestar-se contra a política da empresa.
Fonte: Esquerda.net
Aqui vou divulgar minhas opiniões e produções artísticas e literárias. Viajarei aos quatro cantos do planeta para cantar a liberdade. Mas jamais irei para Pasárgada. Lá, como aqui, sou inimigo do rei.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Às ruas para derrotar o Governo e a Troika
Dia 21/09 os trabalhadores portugueses voltam às ruas para protestar contra a política de austeridade.
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